Canto da Palavra
Para criar um mapa e dizer: “eu”
Mesa 9
7 de maio de 2023
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17:00
Convidados(as): Lubi Prates, Deisiane Barbosa e Alberto Pitta
Esta segunda mesa irá tratar das experiências de artistas, cujas obras na poesia, na tradução, na edição e nas artes visuais ampliam as possibilidades de existência de corpos negros. Para essa conversa comparecem a poeta e tradutora Lubi Prates, a escritora, editora de livros e performer Deisiane Barbosa e o artista visual, pioneiro das estamparias baiano-africanas Alberto Pitta.
Mediação: Wesley Correia.

Wesley Correia
Professor
Wesley Correia é Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS) e Doutor em Estudos Étnicos e Africanos (UFBA), tendo realizado Intercâmbio Doutoral na Universidade de Lisboa.
Além de ensaísta, é poeta e ficcionista. Aos dezessete anos, publicou seu primeiro conto no Jornal A Tarde; desde então, tem-se dedicado à escrita de textos literários, publicados em livros e jornais especializados, dentro e fora do país. É autor de “Pausa para um beijo e outros poemas” (Ed. Nova Civilização, 2006), “Deus é negro” (Ed. Pinaúna, 2013), “Íntimo Vesúvio” (Ed. Pinaúna, 2017) e “laboratório de incertezas” (Ed. Malê, 2020).
É professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA, onde ministra aulas de Literatura e Identidades Étnicas na Pós-graduação em Estudos Étnicos e Raciais. Seus textos foram traduzidos para o inglês, espanhol e romeno.

Alberto Pitta
Artista plástico
Alberto Pitta nasceu em 1961, em Salvador, cidade onde vive e trabalha. Foi observando a atividade de sua mãe, a yalorixá Mãe Santinha de Oyá, que viu despertar seu interesse pelos panos. Há mais de 40 anos se dedica à pesquisa e criação de estampas, figurinos, adereços e alegorias que caracterizam a visualidade dos blocos afro do carnaval de Salvador. Suas estampas já coloriram os Filhos de Gandhy, o Ilê Ayê e o Olodum, em cuja diretoria artística permaneceu por 15 anos. Há 23 anos, Pitta criou o Cortejo Afro, bloco em que introduziu o branco sobre branco, uma das marcas mais importantes de seu estilo.
No seu currículo, além da produção dos ensaios da banda e dos desfiles de carnaval do Cortejo Afro desde 1999, consta também exposições em Frankfurt, Angola, EUA, França, Londres além de participações em festivais de cultura nacionais e internacionais. O acervo de seu trabalho, suas estampas e tecidos, produzidos para os blocos e afoxés mais importantes do Carnaval de Salvador estão reunidas no livro "O Carnaval Negro Baiano", além da composição de outros artistas, também importantes para a cultura afro-baiana.

Deisiane Barbosa
Escritora e poeta
Deisiane Barbosa é artista-etc / poeta, escritora, performer, editora de livros, pesquisadora. Nasceu à margem do Rio Paraguassu, São Félix, em 1992. Vive e atua no Recôncavo da Bahia, no Povoado do Cruzeiro, de onde coordena a @andarilhaedicoes, uma editora independente e artesanal; também de onde refloresta a @casamendoeira, ateliê editorial e espaço cultural. Bacharela em Artes Visuais (UFRB), especialista em Estudos Literários (UEFS) e mestra em Artes Visuais (UFPE), tem pesquisado e experimentado processos de criação literária, conversados com performance, videoarte e livro de artista, cruzados com memórias e narrativas de mulheres. É integrante do imuê – Instituto Mulheres e Economia. Autora de “cartas a Tereza” (2015), “desavesso” (2016) – ambos por edição independente – “refugos” (2019, Segundo Selo, Coleção DasPretas) e “casamendoeira” (2023, andarilha edições).

Lubi Prates
Escritora e poeta
Lubi Prates (1986, São Paulo / SP / Brasil) é poeta, tradutora, editora e curadora de Literatura. Tem quatro livros publicados (coração na boca, 2012; triz, 2016; um corpo negro, 2018; até aqui, 2021). “um corpo negro” foi contemplado pelo PROAC com bolsa de criação e publicação de poesia e, além de ter sido finalista do 4º Prêmio Rio de Literatura e do 61º Prêmio Jabuti, também foi traduzido e publicado na Argentina, Colômbia, Croácia, Estados Unidos e França; com publicação na Alemanha, Itália, Suíça e Portugal prevista para 2023 e 2024. "até aqui" foi finalista do 64º Prêmio Jabuti. Tem diversas publicações em antologias e revistas nacionais e internacionais. Co-organizou os festivais literários para visibilidade de poetas, [eu sou poeta] (São Paulo, 2016) e Otro modo de ser (Barcelona, 2018) e também participou de outros festivais literários no Brasil e em outros países da América Latina e da Europa. É sócia-fundadora e editora da nossa editora e ocupou a mesma posição na nosotros, editorial entre 2016 e 2022. Traduziu Poesia Completa, da Maya Angelou, e Zami: uma biomitografia, da Audre Lorde, entre outros livros. Dedica-se à ações que combatem a invisibilidade de mulheres e negros. Atualmente, é doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento Humano, na Universidade de São Paulo.